Jair Bolsonaro é um deputado patético, ultradireitista, que chama o golpe de 1964 de revolução e que tem como base eleitoral anticomunistas e milicos saudosos dos tempos de ditadura;
CQC é uma versão de um programa argentino, que já foi bom, mas que se perdeu ao não se decidir se é uma atração de humor ou um porta-voz político da classe média reacionária paulistana.
São duas coisas dispensáveis. Mas nesta semana, o primeiro andou falando umas besteiras no segundo. Deve enfrentar algum processo na Câmara dos Deputados.
As posições homofóbicas do deputado não são surpresa pra ninguém. E não creio que alguém, fora os generais de pijama e os pastores neopentescostais de plantão, irá lamentar se for cassado.
Mas a declaração supostamente racista veio num programa de humor que claramente distorce frases do contexto original, humilha entrevistados --principalmente se forem políticos-- e ainda insiste que faz jornalismo. Para piorar, o apresentador mesmo disse acreditar que o deputado não teria entendido a pergunta.
Será que ele realmente não entendeu? E será que isso é válido para a perda de um mandato?
Não defendo o Bolsonaro. Apenas questiono a relevância que está sendo dada para uma declaração em um programa humorístico. E o fato de alguns deputados se aproveitarem disso para se vingar dele, se esquecendo do que é o CQC.
No fundo, é a mesma coisa que pedir a cassação do Eduardo Suplicy por ele ter desfilado de sunga, em pleno Salão Azul, para a Sabrina Sato.
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