sábado, 26 de março de 2011

Ontem e hoje

Quando criança, ficávamos em fila no pátio da escola, rezávamos o Pai Nosso e cantávamos o Hino Nacional às segundas. Estudávamos, também, os outros três hinos da República, além do Hino do Distrito Federal. E ai de quem não mantivesse a postura correta.

Hoje, a solenidade do hino virou algo artificial, executado até em jogos de futebol como se fosse um ato de civismo --o que, dessa forma, não é. Ninguém coloca a mão no peito, nem olha para a bandeira, mas aplaude o fim da execução da gravação como se fosse o certo.

Quando criança, aprendíamos a desenhar e a pintar a Bandeira Nacional. Ensináva-nos as cores, as bandeiras que o país já teve. Nos vestíamos de verde-e-amarelo na Semana da Pátria e os professores nos explicavam os valores nacionais.

Hoje, ser patriota é ser Pacheco, é vestir a camiseta da Seleção de quatro em quatro anos, é torcer para um brasileiro vencer a competição X só porque é brasileiro, é perguntar se há brasileiros mortos em tragédias internacionais antes de se preocupar com as vítimas daquele país.

Ou então dizer, cegamente, que o Brasil é o melhor país do mundo sem nunca ter cruzado a fronteira, ou assistir a filmes nacionais por serem "os melhores", mesmo sem entender nada de cinema, ou comprar coisas das marcas "Café do Brasil" ou "Chocolate do Brasil" sem saber se são realmente os mais baratos ou mais gostosos.

Quando criança, tínhamos aula de Educação Moral e Cívica e de Organização Social e Política do Brasil, matérias condenadas pelos professores à esquerda e cujas extinções foram comemoradas porque "eram coisa da ditadura".

Hoje, os alunos crescem sem respeito pelos professores. Não há regras de conduta e de convivência, cachorros sobem pelo elevador social, crianças não dão bom dia ou ajudam os mais velhos. Para a nova geração, organização política do Brasil é repetir o mantra "todo político é ladrão", votar "é um saco" e o importante apenas é passar no vestibular para curtir as festas da facul, tirar carteira de motorista e encher a cara de vodca no meio da rua.

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